14.12.06

Quando eu ainda era homem senti o peso da fome em postas
O peso do nome indo embora
E já que sou bicho não dispenso uma presa disposta
A fera fere e é ferida
A cicatriz no palco seca a atriz de talco e pó
Soca até sufoca a vida por um triz
Já que sou bicho não dispenso um final infeliz
Falhei com o que falei
Sou bicho artista cínico
Bicho letra e patrocínio
Bicho grilo
Bicho grogue
Puxa a cadeira e pede um gole
Negar vidas
Fazer do ponto uma partida
Com reticências a vida termina
O último bicho que chega na arca é o artista...

João Simas

3 comentários:

Anônimo disse...

e eu não dispenso uma boa prosa presa [e disposta]

^^

desculpe, mais uma vez, a minha falta de ar... arte... articulação...

=o)

bicho artista bom que só, sô!!!

bjo

Anônimo disse...

homem-bicho, bicho-homem
onde termina um e começa o outro?
até que ponto o homem é bicho e o bicho é homem?
a linha limite: o artista!
espécie tão trivial que Noé nem sentiria falta, mas lamentaria se o deixasse exposto ao dilúvio...

Unknown disse...

"Fazer do ponto uma partida
Com reticências a vida termina"

Isso foi belissimo.

Gostei muito do blog, voltarei sempre.
:)