Para Isabell
Do quarto do poeta só restam os versos
das paredes amareladas do tempo sem chão e sem teto
se seguram apenas pelas mãos alheias
um outro verão discreto
Amor, verbo sem verbete
talvez fato
talvez foto
talvez feto
e prenhe do sonho de quem ama
além da cama
do coma
e no amém da trama
e ainda assim teimoso por natureza
tua sombrinha cor-de-laranja guarda o tempo e o temporal de minha partida
parte da ida ainda volta
nem se solta um pedaço meu e teu que agora é inteiro em nós...
João Simas
19.3.08
Tempo bom é aquele que não cabe num relógio
e nem faz pose pra foto
quando se tem o tempo não se tem a paz
Se é tempo de nascer
a semente nega o chão
se é tempo de espera
a fila dobra o quarteirão
tem tempo de poder ter tempo
tempo que a noite leva pra costurar o dia com um fio de sol nascente
tempo de ida
um pé na vida
tempo de amar
ao mar deitar o coração ao pescador do tempo
tempo de ponte
e de morte
tempo de temperar o tempo com a calma
E caminhar...
João Simas
e nem faz pose pra foto
quando se tem o tempo não se tem a paz
Se é tempo de nascer
a semente nega o chão
se é tempo de espera
a fila dobra o quarteirão
tem tempo de poder ter tempo
tempo que a noite leva pra costurar o dia com um fio de sol nascente
tempo de ida
um pé na vida
tempo de amar
ao mar deitar o coração ao pescador do tempo
tempo de ponte
e de morte
tempo de temperar o tempo com a calma
E caminhar...
João Simas
9.3.08
A arte é muito diferente do artista, e pode até ser o caso de nela conter alguma coisa dele, mas é muito maior que o mesmo, a tal ponto de não se conter dentro do genitor sentindo a necessidade incondicional de saltar pelas pontas dos dedos e da língua, pela centelha acesa nos olhos, pelo papel escorrendo pelos fios tristes do pincel úmido. Sempre se buscando nos pequenos porque já ela própria infinita e faminta dos mortais que nela habitam.
A vida com fusa e semifusa
Um compasso ternário
Um resto de gente
Um pedaço de riso
Outra metade boca fechada
Semicírculo
Pai, filho e espírito sacro
Um pé de andança
Já são dois na estrada
A cabeça é o limite das idéias
Que escorrem pelos fios de cabelo
E se perdem em meio a tesoura cega do desejo cego
Não me nego
Mas me tenho involuntariamente
Se me tenho me deixo
à beira do último trono dos dias,
Um pedaço de chão
Um compasso ternário
Um resto de gente
Um pedaço de riso
Outra metade boca fechada
Semicírculo
Pai, filho e espírito sacro
Um pé de andança
Já são dois na estrada
A cabeça é o limite das idéias
Que escorrem pelos fios de cabelo
E se perdem em meio a tesoura cega do desejo cego
Não me nego
Mas me tenho involuntariamente
Se me tenho me deixo
à beira do último trono dos dias,
Um pedaço de chão
Sou um cão fugindo do próprio dono
Não tenho sono
Mas carrego um nome que me mantém acordado
Um rosto que se vai no espelho
O velho de sempre
O choro seco
A voz torpe
O tropeço da língua
E o dia me mostra o lampejo
No fim das coisas o sim das outras
A ribanceira da calma e o abismo de água salgada
Só o tempo me prepara um beijo na face esquerda da alma
Não tenho sono
Mas carrego um nome que me mantém acordado
Um rosto que se vai no espelho
O velho de sempre
O choro seco
A voz torpe
O tropeço da língua
E o dia me mostra o lampejo
No fim das coisas o sim das outras
A ribanceira da calma e o abismo de água salgada
Só o tempo me prepara um beijo na face esquerda da alma
Gozo, mistura de areias
Inútil triunfo do pó sobre o pó
Querer mais que a vida
A ida
A volta
A fricção
Viagem de mãos atadas virgens
Tormento do despir
Cuspir o tédio dos dias
Felicidade dos tolos
Amor de bicho
E de bicha
De toda porta que se abre entre pernas
De todo leite derramado nas mãos que gemem
Ser címbalo e símbolo
Ter o gonzo, bonsai e sempre ser no gozo
Inútil triunfo do pó sobre o pó
Querer mais que a vida
A ida
A volta
A fricção
Viagem de mãos atadas virgens
Tormento do despir
Cuspir o tédio dos dias
Felicidade dos tolos
Amor de bicho
E de bicha
De toda porta que se abre entre pernas
De todo leite derramado nas mãos que gemem
Ser címbalo e símbolo
Ter o gonzo, bonsai e sempre ser no gozo
Andança de Criança
Por onde anda a criança que eu deixei atrás da porta dos meus olhos
Antes de ir embora no tempo rei
Só sei que não voltei
Me deixei crescer e não me coube mais aquele pequeno
Que um dia me achei só com a barba me roçando
A voz me deixando rouco
E a vez me deixando aos poucos...
Antes de ir embora no tempo rei
Só sei que não voltei
Me deixei crescer e não me coube mais aquele pequeno
Que um dia me achei só com a barba me roçando
A voz me deixando rouco
E a vez me deixando aos poucos...
ROSA DOS TEMPOS
Estranho é ver a semente se carregando na árvore que ainda vem
Estranho é ver o homem se escondendo santo nos pecados do amém
Tudo que nasce, tudo que desce, tudo que sobe e tudo que cresce
Vou plantar um pedaço de céu
E ver se nascem estrelas no chão
O vento vem trazendo as flores
A rosa dos ventos da a direção
O tempo vai apagando as dores
E as dores do tempo vão na contramão...
João Simas e Durval Jr
mais uma letra de música
Estranho é ver o homem se escondendo santo nos pecados do amém
Tudo que nasce, tudo que desce, tudo que sobe e tudo que cresce
Vou plantar um pedaço de céu
E ver se nascem estrelas no chão
O vento vem trazendo as flores
A rosa dos ventos da a direção
O tempo vai apagando as dores
E as dores do tempo vão na contramão...
João Simas e Durval Jr
mais uma letra de música
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